O projeto GESVESPA – Estratégias de Gestão Sustentável da Vespa velutina (POSEUR-03-2215-FC-000008-GESVESPA), cujo termo de aceitação foi assinado a 31 de março pelo INIAV, entidade líder do projeto, foi ontem formalmente iniciado com uma reunião de trabalho entre todos os parceiros que integram o consórcio responsável pela sua execução no terreno.
Para além do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, os parceiros do projeto são a DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, a FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, o IPB – Instituto Politécnico de Bragança, a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o IPVC – Instituto Politécnico de Viana do Castelo e as Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Cávado, Ave e Tâmega e Sousa. Com este projeto pretendem os parceiros atingir vários objetivos, nomeadamente:
- Satisfazer as necessidades de investigação identificadas no Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal, nomeadamente nas seguintes matérias:
a. Reprodução, etologia, genética e sanidade da Vespa velutina;
b. Avaliação de potenciais riscos sanitários para o efetivo apícola;
c. Modelos preditivos para a evolução da disseminação da espécie;
d. Métodos de gestão do risco e controlo (eliminação de espécimes e destruição de ninhos). - Estudar o impacto da Vespa velutina sobre os ecossistemas e sobre os serviços de polinização que suportam;
- Análise do comportamento biológico da espécie nas áreas de disseminação/ocupação (um melhor conhecimento do seu ciclo biológico fornecerá informação suficiente para elaborar previsões sobre a forma como a espécie pode evoluir e, portanto, definir medidas preventivas e de luta de uma forma mais efetiva);
- Desenvolvimento e teste de boas práticas de controlo e de erradicação da espécie;
- Divulgação da problemática associada à introdução da espécie em Portugal e promoção da sensibilização pública para os riscos associados.
A fase inicial do projeto compreende a criação de uma rede de armadilhas para captura e monitorização da população de Vespa velutina na zona invadida e nas zonas limítrofes, a cuja manutenção e acompanhamento será feito pela FNAP através das organizações de apicultores. Estas terão a seu cargo armadilhas que serão colocadas em apiários previamente definidos, e permitirão recolher dados que serão utilizados para estudar a dinâmica populacional desta espécie invasora, mas também criar modelos de previsão da sua expansão territorial, com os quais se pretende contribuir para a minimização dos prejuízos sentidos pelos apicultores nacionais.
Vespa velutina – Prejuízos para a Apicultura
• 10 % de perda potencial de produção nacional de Mel, equivalente a € 5 milhões;
• Diminuição da produtividade média anual na região invadida face à média nacional;
• Aumento de 10% nos custos variáveis por colmeia/ano (+ 3,65 €/ano/colmeia), correspondentes a custos com armadilhas e outros equipamentos de controlo da predação (colocação em média de 5 armadilhas para um apiário de 50 colmeias), iscos, visitas extra para manutenção de armadilhas, alimentação artificial e dificuldades no repovoamento (encurtamento do período de fecundação de rainhas);
• Apesar de não existirem dados oficiais utilizáveis que permitam quantificar um eventual aumento da mortalidade na região afetada, apicultores sentem dificuldades acrescidas em repor as perdas invernais;
• Perda da robustez genética da população de Apis mellifera iberiensis.