POLIMAX – PROMOÇÃO E AUMENTO DA EFICIÊNCIA DA POLINIZAÇÃO ENTOMÓFILA EM MACIEIRAS, PEREIRAS E CEREJEIRAS

No âmbito da medida de inovação do PDR 2020, mais precisamente na Ação 1.1 – Grupos Operacionais, foi aprovado e encontra-se, se já em execução o projeto POLIMAX que tem como objetivos promover o processo de Polinização Entomófila como forma de aumentar o rendimento da produção agrícola, obtendo-se frutos (cereja, pêra e maça) de valor acrescentado devido à sua qualidade nutricional, maior capacidade de conservação e resistência a inimigos e acidentes culturais.

 

Os serviços de polinização são de extrema relevância para os fruticultores. Dados de 2008 da União Europeia (UE) indicam que oitenta por cento da produção agrícola nos países da UE (antes do alargamento ao países de leste) depende da polinização entomófila, muito especialmente a prestada pelas abelhas da espécie Apis melífera. Uma colónia de abelhas pode facilmente atingir uma população de 80 mil indivíduos (com pelo menos 60 mil com capacidade de executar as tarefas de pastoreio), pelo que se multiplicarmos este número por 5 colmeias que estejam instalada num hectare, teremos 300 mil insetos a fazer o serviço de polinização nessa área. Atualmente não existe outra tecnologia de polinização que seja simultaneamente tão eficaz, como a polinização recorrendo a colónias de insetos (de abelhas ou de Bombus), uma vez que esta garante aos agricultores elevadas densidades de insectos polinizadores altamente especializados, nos seus pomares e culturas.

Numa abordagem particular, com este o projeto POLIMAX pretende atingir-se os seguintes objetivos:

  1. Na produção de maçã, cujos alvos principais são as variedades cultivares Fuji e Reineta, produzir frutos com maior regularização/normalização dos seus tamanhos, calibres e qualidade;
  2. Na produção de pêra, nomeadamente Pêra ‘Rocha’, pretende-se, estimulando a biodiversidade dos agentes polinizadores e criando condições de fixação dessas populações, acelerar a resposta desses polinizadores ao ciclo de floração, procurando evitar assim o processo de partenocarpia e promovendo o desenvolvimento de frutos de elevada qualidade. O principal problema deve-se ao facto do néctar das flores das pereiras ser relativamente pobre em açucares (criando assim algum grau de desinteresse dos polinizadores principais, as abelhas da espécie Apis mellifera) e apresentar um ciclo de floração relativamente curto (o que não permite uma resposta da comunidade entomófila correta e eficiente, para que haja a adequada polinização e a consequente frutificação com sementes);
  3. Na produção de cereja o principal problema reside na auto-incompatibilidade da grande maioria das variedades comerciais, sendo de extrema importância um bom dimensionamento do pomar com uma correta distribuição das variedades com floração coincidente e compatíveis bem como uma forte presença de insetos polinizadores para proporcionar uma eficiente polinização cruzada.

 

De referir ainda que este projeto pretende divulgar boas praticas conjuntas, de apicultores e fruticultores, no sentido de valorizar o serviço de polinização de fruteiras pelas abelhas e outros polinizadores, ou seja validar uma tecnologia de polinização dirigida.

 

O projeto conta com os seguintes parceiros:

  • COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional – Líder
  • FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal
  • COOPERFRUTAS – Cooperativa de Produtores de Fruta e Produtores Hortícolas de Alcobaça CRL
  • PINUS VERDE – Associação de Desenvolvimento Integrado da Floresta
  • CERFUNDÃO – Embalamento e Comercialização de Cereja da Cova da Beira, LDA
  • CAMPOTEC IN – Conservação e Transformação de Hortofrutícolas, SA
  • INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária IP