ONDA DE SOLIDARIEDADE AJUDA APICULTORES PORTUGUESES A ALIMENTAR ABELHAS

A FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, recebeu hoje alimento para quatro mil e quinhentas colmeias, numa ação de apoio da LUSOMORANGO, Organização de Produtores de Pequenos Frutos.

Alimento a ser descarregado em Mirandela nas instalações da Cooperativa de Produtores de Mel da Terra Quente – este alimento destina-se às colmeias sobreviventes dos incêndios da Região Norte: distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança

Alimento a ser descarregado na MELTAGUS em Castelo Branco – este alimento destina-se às colmeias sobreviventes dos incêndios da Região Centro: Distritos de Coimbra, Aveiro, Viseu, Castelo Branco e Guarda

Este donativo simboliza o compromisso da LUSOMORANGO para com a agricultura nacional, e em especial com o setor apícola, que é um pilar basilar do ecossistema nacional”, refere o CEO da LUSOMORANGO, Joel Vasconcelos. “As abelhas são essenciais para que Portugal tenha os melhores pequenos frutos da Europa. Salvá-las é uma obrigação de todos”, acrescenta.

Penedono 15.08.2025 – Foto de Pedro Fernandes

Os incêndios que assolaram o centro e norte do país nas últimas semanas, destruíram muitas colmeias, mas sobretudo destruíram toda a pastagem para aquelas que lograram sobreviver. “Os enxames de abelhas que estão na área ardida não terão flora disponível para se alimentarem, pelo menos até ao início da Primavera de 2026. Vamos ter que alimentar estas colmeias. Este apoio é fundamental para isso, especialmente até começarem a ser distribuídos os apoios estatais”, alerta Manuel Gonçalves, Presidente da FNAP.

Tarouca, 16.07.2025 – Foto de Manuel Pereira Gomes

O apelo da CAP para que os agricultores e o movimento associativo se mobilizassem e se solidarizassem foi escutado pela LUSOMORANGO, o que permitirá “alimentar colmeias desde Castelo Branco a Chaves, passando pela Lousã e Penedono, pois a FNAP fará chegar este alimento a todas as organizações com prejuízos em 2025”, sublinha Manuel Gonçalves. De referir ainda que este esforço contou ainda com a Câmara Municipal de Castelo Branco, que assegurou o transporte do alimento para Castelo Branco, bem como das empresas Amílcar & Morgado e MACMEL.

Covilhã 20.08.2025 – Foto de Mário Silva

De referir que várias Autarquias têm estado a demonstrar preocupação com a sobrevivência das explorações apícolas dos seus concelhos, uma vez que estas garantem rendimentos a muitas famílias. Mangualde, Ponte da Barca e Freixo de Espada à Cinta já alocaram verbas para a aquisição e distribuição de medicamento.

Os apoios definidos pelo Governo para fazer face aos prejuízos causados pelos incêndios de 2025, incluem 3 medidas para a Apicultura (consoante a situação de cada apicultor afetado):

  1. Apoio excecional a atribuir para compensação de prejuízos, mesmo que indocumentados, até ao valor de 10 000 €, na sequência de vistoria conjunta dos técnicos dos municípios e da CCDR. São elegíveis os prejuízos que se reportem a danos referentes a animais, equipamentos e espaços de apoio à atividade. Este apoio assume a natureza de prestação única de carácter excecional;
  2. Apoio aos apicultores cujos apiários foram afetados pelos incêndios, para assegurar a aquisição de alimentação das colónias de abelhas afetadas pelos incêndios;
  3. Restabelecimento do potencial produtivo agrícola, através de candidatura aos concursos para apoio ao restabelecimento do potencial produtivo agrícola (incluem a reposição de animais, armazéns e outras construções de apoio à atividade).

    Arouca 30.07.2025 – Foto de Mário Brandão

Todos os apicultores afetados devem fazer a declaração de prejuízos (junto das Autarquias), o que os habilitará ao apoio excecional, bem como candidatar-se ao apoio ao alimento junto das CCDR:
NORTE: https://geoportal.drapnorte.gov.pt/portaldrapn/apps/sites/#/agricultura-com-norte
CENTRO: https://pdp25.ccdrc.pt/pdp_nologin.php

Arganil 17.08.2025 – Fotos de Telmo Cabral

A apicultura portuguesa foi bastante afetada pelos incêndios de 2025, atingindo-se perdas recorde. No levantamento feito pelas organizações de apicultores da área afetada, arderam nos incêndios este verão 9.556 colmeias, tendo sobrevivido na área ardida 22.497 colmeias, as quais precisam de alimentação urgente. Estas colmeias representam 4,2 % do efetivo nacional (de 753.124 colmeias), mas têm um impacto muito maior nas Região Centro e Norte, podendo implicar uma perda de produção futura que pode atingir as 100 toneladas de mel.

INTERVENÇÃO C.1.1.6 DO PEPAC | ASSINATURA DO TERMO DE ACEITAÇÃO

Segundo informação obtida pela CAP junto da Autoridade de Gestão do PEPAC, os beneficiários da intervenção C.1.1.6 “Apoio à Apicultura para a Biodiversidade” que tenham deixado passar o prazo para assinatura dos termos de aceitação, perdendo desta forma o direito ao apoio, poderão excecionalmente, fazê-lo, bem como, posteriormente, proceder à submissão do pedido de pagamento respeitante ao ano 2024.

Assim, chama-se a atenção de todos os apicultores que, tendo formalizado candidatura à intervenção C.1.1.6, não assinaram os termos de aceitação, para a necessidade de irem consultando o e-mail registado no seu IB, já que o IFAP enviará uma notificação do endereço “naoresponder@ifap.pt” que informará da disponibilização de novo termo de aceitação da operação para o efeito.

Verifique as notificações do IFAP recebidas no e-mail registado no IB à Aceda à sua “Área reservada do IFAP” à Submeta o Termo de Aceitação escolhendo o NIB, através do qual serão feitos os Pedidos de Pagamento

Após a submissão do Termo de Aceitação, poderá submeter o Pedido de Pagamento até à data-limite que venha a ser estabelecida.

Informa-se ainda que também aqueles que, eventualmente, tenham assinado o Termo de Aceitação mas que não tenham formalizado o Pedido de Pagamento, o poderão fazer, no período que venha a ser estipulado para o efeito.

PROJETO COLOSS – QUESTIONÁRIO AOS APICULTORES

O COLOSS é um consórcio que agrega 2.178 investigadores de 126 países, e que tem como missão melhorar o bem estar das abelhas (em particular da Apis mellifera). Os objetivos  do COLOSS passam por coordenar alguma investigação internacional, em particular nalguns temas com relevo para a saúde das abelhas, como, pragas e agentes patogénicos (por exemplo, Varroa destructor e vírus), questões relacionados com o meio-ambiente ( influência de fitofármacos e da nutrição na saúde das abelhas).

No âmbito deste projeto, está neste momento disponível um questionário destinado a apicultores, com o qual se pretende recolher dados e monitorizar as perdas de efetivo apícola e as razões para tal. Este questionário está disponível em formato digital ou em formato papel.

A resposta a este questionário é muito importante, uma vez que permitirá avaliar a perda de efetivo apícola em Portugal, e as razões para tal, permitindo a comparação com outros países da União Europeia e do Mundo. O questionário é confidencial, sendo apenas necessário indicar região onde se localiza a exploração.

Para esclarecimento de dúvidas ou qualquer outra questão, poderá contactar Cristina Amaro da Costa ou Jéssica Chaves, para coloss@esav.ipv.pt.