sBee – Smart Beekeeping

sBee – Smart Beekeeping
A platform for Management and Smart Environmental Sensing and Monitoring for BeeKeeping

Segundo o estudo (GPP, 2016), em Portugal “(…) o setor apícola em Portugal, tal como no resto da União Europeia, é uma atividade tradicionalmente ligada à agricultura, normalmente encarada como um complemento ao rendimento das explorações, sendo, porém, de assinalar um crescente universo de apicultores para os quais a apicultura é a base das receitas de exploração. Representa, contudo, um serviço vital para a agricultura através da polinização e contribui para a preservação da biodiversidade ao manter a diversidade genética das plantas e o equilíbrio ecológico (…)”.

Ao caracterizar genericamente a relação apicultor/exploração, esse mesmo estudo, sendo dos estudos mais recente sobre a temática, manifesta claramente duas realidades: a) da real implementação da apicultura como atividade económica e b) da inexistência de mecanismos capazes de a regular de forma eficiente.

Desenvolver mecanismos capazes de potenciar e melhorar o binómio apicultor/exploração, onde as TIC representam de forma real e objetiva a unidade integradora (middleware) por excelência, apoiado numa solução informática integrada e em infraestruturas de comunicação apropriadas, é a atingir com este projeto. Trata-se de um projeto de investigação integrada e aplicada, com participação a direta de investigadores da área do domínio tecnológico e especialista do domínio da atividade apícola.

Porquê a Apicultura?
A motivação da realização deste trabalho de investigação aplicada assenta em quatro pilares chave:

  1. Na relevância que esta atividade representa socialmente;
  2. Nos problemas existentes na sua implementação e gestão;
  3. Na convicção que muitos desses problemas podem ser resolvidos, e
  4. Na oportunidade potenciada pelas soluções tecnológicas emergentes.

Objetivos do projeto
Posto todos estes considerandos, o desenvolvimento deste projeto pretende acima de tudo contribuir para a resolução de muitos dos problemas identificados na atividade apícola, capacitando-a de mecanismos suficientes para a sua gestão eficiente e integrada.

  • Na atividade apícola são identificados diretamente como participantes o apicultor, a associação e as entidades reguladoras. Mas indiretamente várias outras entidades facilmente se identificam, nomeadamente: serviços de segurança (GNR), entidades comerciais (fornecedores e clientes), serviços de proteção civil (Bombeiros, INEM), Companhias de seguros, outros. Um apicultor tem de acompanhar constantemente cada uma das colmeias de cada um dos seus
    apiários. Se, num cenário muito simplificado, um apicultor tiver dois apiários e cada apiário tiver 25 colmeias, estamos a falar de cerca de 50 entidades (colmeias) que têm de ser geridas: saber o que tem de ser feito, o que já foi feito, que material necessita para o que se tem que fazer, quando e como, são algumas das tarefas comuns a esta atividade. Na maioria dos casos, os apiários estão muito distantes entre si e distam da residência do apicultor. As viagens são
    frequentes e a carga do “que é necessário levar” tem de ser atempada e devidamente planeada e realizada. Toda esta dinâmica assenta na experiência e capacidade de organização do apicultor.Um conjunto de desafios pode traduzir-se num conjunto de questões comuns que se colocam ao apicultor:
  • O que tem que fazer na próxima semana, amanhã ou hoje?
  • Que material comprar para próxima semana?
  • Que material levar para um dado apiário para amanhã, hoje?
  • Que intervenção fazer numa dada colmeia na próxima semana, amanhã, hoje?
  • O que fez de facto numa colmeia hoje?
  • Qual a “ordem de visita” dos apiários para um dado dia?
  • Qual o apiário que deve visitar primeiro, que material terá de levar e o que tem de fazer lá, em cada colmeia?

Paralelamente a isto, as associações necessitam de interagir com os apicultores, de os orientar, de os informar e avisar, de saber o que eles, de facto, fazem, quando e como! Os estatutos de DOP – Denominações de Origem Protegida, para controlo e certificação, a isso obrigam!

Outras responsabilidades terão qualquer um dos restantes membros que participem de forma mais ou menos ativa, nesta atividade. Sendo uma atividade de natureza essencialmente não profissionalizada, o seu controlo e monitorização não é fácil de implementar.

A plataforma sBee – Smart BeeKeeping surge assim como uma componente de um sistema integrado bem mais abrangente – Environmental Sensing and Monitoring – para outras atividades de natureza agrícola e ambiental. Neste caso, trata-se de um sistema integrado (sistemas de informação, infraestruturas e serviços) desenvolvido especificamente para o setor apícola. Na sua essência, assenta na atividade do quotidiano de um apicultor, dispondo de um
conjunto de serviços apropriados para cada um dos diferentes intervenientes.